quarta-feira, 19 de novembro de 2014

"O Reencontro", by "Rayane Cruz" & Cia

Todos os créditos para a equipe de



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ȚȅxŁӧș dᾀ Ɍᾀӳ

♡ *.¸¸.*O REENCONTRO NA ECOMODA*.¸¸.*♡




Parte 1/6

Paulo Franklin foi sábio em dizer:

❝A beleza não está (somente) na forma de um rosto ou na estrutura de um corpo. Uma pessoa é bela quando tem a capacidade de mostrar para os outros o seu melhor sem se comparar a ninguém. O belo não se preocupa em estar na moda, porque sabe que a moda passa. O belo concentra sua beleza nas coisas simples, vistas somente por quem conseguiu encontrar seu espaço neste mundo formado por pessoas tão diferentes❞.

(...)

Para Betty era tudo muito difícil! – Havia prometido jamais voltar a por os pés naquela empresa novamente. Queria esquecer tudo o que viveu ali, o local onde fez amizades verdadeiras, mas também conheceu o pior lado do ser humano, da humilhação, da dor e da soberba.

Sabia que jamais esqueceria Armando Mendoza, mas quanto mais longe estivesse dele, mais fácil seria seguir em frente.

Só queria ver-se livre, de uma vez por todas, daquele maldito embargo!...

✃ ✃ ✃ ✃
(CONTINUA...)

TEXTO: Rayane Cruz
REVISÃO: Carmemdf
ARTE: Carmemdf


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Betty, a Feia e Ecomoda
2 de novembro ·

ȚȅxŁӧș dᾀ Ɍᾀӳ

♡ *.¸¸.*O REENCONTRO NA ECOMODA*.¸¸.*♡




Parte 2/6

Ao adentrar as dependências da empresa, milhares de lembranças assaltaram-lhe a mente, algumas boas, outras nem tanto. Essas últimas, ela gostaria de esquecer para sempre!

(...)

Rever suas amigas do Quartel foi maravilhoso, mas ainda não queria conversar. Sabia que elas tinham milhões de perguntas a fazer, no entanto, tinha um compromisso inadiável esperando-a na sala de reuniões.

(...)

Seu coração batia em um nível anormal, suas mãos suavam, as pernas tremiam, o momento mais difícil chegara. Respirando fundo, tentando demonstrar uma calma e confiança que não tinha, finalmente, entrou na sala de reuniões.

✃ ✃ ✃ ✃
(CONTINUA...)

TEXTO: Rayane Cruz
REVISÃO: Carmemdf
ARTE: ~Gra
RESPONSÁVEIS PELA POSTAGEM: ~Gra e Carmemdf

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Betty, a Feia e Ecomoda
9 de novembro ·

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Parte 3/6

Betty conseguiu enxergar a grande surpresa tomar conta de todos. Afinal, uma nova Betty adentrou aquele lugar. Uma nova Betty que (fisicamente) não lembrava em nada a de outros tempos.

❝Porque se surpreendem?
Eles podem ver
Que por dentro
Ainda sou a mesma garota?
Quem será ela agora?
Pode ser bonita?
Estará iludida também?
Por que estou ansiosa para deixar minha antiga casca?
Será possível?
As pessoas vão me amar? ❞ — Cante para eu dormir-

(...)

Sentimentos diversos assolaram as pessoas presentes naquela sala, mas nenhuma foi maior do que a surpresa: Quem diria que por baixo daquelas ridiculas roupas, óculos enormes, aparelhos e franja horrendos, haveria uma bela mulher?

✃ ✃ ✃ ✃
(CONTINUA...)

TEXTO: Rayane Cruz
REVISÃO: Carmemdf
ARTE: Carmemdf
RESPONSÁVEIS PELA POSTAGEM: ~Gra e Carmemdf

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Parte 4/6

Mario estava perplexo, a "Vampirinha" não tinha mais nada de vampira ou monstrenga. Agora entendia porque seu amigo estava completamente louco por Betty. Sua perplexidade era tamanha que não conseguia disfarçar e não sabia se olhava para ela ou para Armando, que estava com uma cara de bobo idiota ainda maior.

Daniel Valência não estava muito diferente de Mario. Surpreso, era a palavra certa para descrevê-la naquele momento. Só que diferente de Calderón, soube ser um pouquinho mais discreto em observar aquela mulher, que ele tanto humilhou no passado por sua aparência.

Para Marcela era como um pesadelo tornando-se realidade novamente. Não conseguia acreditar em que seus olhos viam. Não poderia ser. Se antes, quando era feia, Betty já havia conquistado o coração de Armando, agora, bonita, quais as armas que ela poderia usar para fazer Armando esquecêla? Pois por mais que odiasse reconhecer, Beatriz estava irreconhecivelmente bela...

✃ ✃ ✃ ✃
(CONTINUA...)

TEXTO: Rayane Cruz
REVISÃO: Carmemdf
ARTE: Carmemdf
RESPONSÁVEIS PELA POSTAGEM: ~Gra e Carmemdf

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Parte 5/6

Observando Armando, percebeu que ele não se esforçava ao menos em disfarçar. Poderia reconhecer facilmente o encantamento, surpresa, admiração e amor nos olhos dele. Sentimentos jamais direcionados à ela.

Armando, por sua vez, não conseguia acreditar: a "sua" Betty estava novamente em sua frente. Porém, essa em nada lembrava (pelo menos não fisicamente) a "sua" Betty.

Estava ainda mais encantado, tantos dias sem vê-la e agora ela estava ali, tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. Sentia vontade de pegá-la e escondê-la em um lugar em que somente ele pudesse admirar sua beleza, a beleza que somente ele conhecia, mas que agora todos poderiam ver.

Um temor tomou conta de seu coração, pois sabia que agora seria ainda mais difícil convencê-la de seu amor.

"Você está perto, mas ao mesmo tempo tão longe... É agonizante."

✃ ✃ ✃ ✃
(CONTINUA...)


TEXTO: Rayane Cruz
REVISÃO: Carmemdf
ARTE: Carmemdf
RESPONSÁVEIS PELA POSTAGEM: ~Gra e Carmemdf
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Parte 6/6
[...]


Para Betty era desconfortável estar no mesmo local que aquelas pessoas... No entanto, tinha que assumir as consequências de seus atos.

Poderia sentir os olhares de todos sobre si, mas seu olhar encontrou-se somente com os dele (pareciam imãs atraindo-se, era inevitável). Ele continuava tão lindo quanto antes, mesmo assim, a dor em seu coração era maior.

Tinha o perdoado em Cartagena, no entanto, a ferida ainda estava lá sangrando e duvidava que um dia ela pudesse ser curada.



F I M


TEXTO: Rayane Cruz
REVISÃO: Carmemdf
ARTE: Carmemdf
RESPONSÁVEIS PELA POSTAGEM: ~Gra e Carmemdf
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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Meu amor distante


Meu amor distante é como uma estrela no infinito: eu não posso senti-la e nem posso tocá-la, mas, mesmo enquanto ela não estiver ao alcance do meu olhar... saberei que ela estará lá! (em algum lugar!, ainda que, para todo o sempre... inalcançável para mim!)


E será ela, algum dia, capaz de se sentir SÓ mais uma estrela entre as milhares? Talvez! Mas, com certeza, ela jamais fará ideia de para qual insignificante coisinha aqui desta terra ela poderia fazer diferença!


Que importância posso ter EU para a minha estrela?! Talvez a mesma importância que têm as outras estrelas para mim! (dignas de admiração e respeito, talvez, mas... para “minha” estrela eu só quero uma!)


(inspirada em "Mary Catalina Angel")

sábado, 30 de agosto de 2014

Armando... doce!


" Aquela doçura, aquele sorriso,
o jeito inocente de ser,
de se comportar!

Aquele olhar que me lançava...
que me fazia sonhar!




 E somente com a delicadeza da sua pele,
delirei ao imaginar quando poderia
tê-la de novo em meus braços!

As palavras, a voz!
Como me defendia, como me protegia
e se sacrificava! "


Betty preciso de você aqui! "


(Para ver o original, clique aqui.)





domingo, 24 de agosto de 2014

P E R F E I T O !



Sim!, Renata Gomes Porttela, merece uma legenda para cada foto... e uma postagem especial neste blog!!!


1- Ai!, o que é que eu vou fazer?

2- Eu preciso de você!, Betty! Eu... já te amo !

3- O que é que eu poderia fazer para te reconquistar?

4- Huumm!, já sei! Como eu não pensei nisso antes?

5-  Será que vai dar certo?

6- Ah!, vai sim! Eu vou tê-la de volta para mim! Aguarde-me!, Beatriz!!!!



"Legenda" original de



domingo, 17 de agosto de 2014

Apesar da necessidade de convencê-la

" ... Armando... a toma em seus braços e confessa sim, já ter levado outras mulheres ao apartamento, mas nenhuma como ela! ... E apesar das recomendações de Mário, da necessidade de convencê-la disso, tais palavras brotam do mais profundo de seu coração... "


Simplesmente DIVINO!, meninas! Obrigada pela dedicação de vocês! É verdadeiramente uma delícia ler esses textos, onde as estórias são contadas com tanta fidelidade!


(recomendo demaaaaaaissss a leitura!, à todas!)





RESUMO DO TERCEIRO LUGAR

O que ocorre antes da Cena Top 10 - Terceiro Lugar???

Aconselhado por seu melhor amigo Mário Calderón, Armando tira Betty do Museu Nacional, onde foi, à convite de Catalina Angels, com os demais funcionários da Ecomoda, ver as obras de Picasso.

Armando tem uma missão: precisa se redimir com Betty pelo comportamento de todo dia por conta da visita de Adriana Arboleda à Eco Moda. Ela, é claro enciumada e aborrecida, não quer ouvir explicações e tenta manter distância dele.

Como se convencer Beatriz a ouvir suas explicações já não fosse difícil o suficiente, Armando ainda precisa driblar a noiva Marcela Valência que está na sua cola e vai ao Museu acompanhada por Patrícia. Ela acredita que esta noite vai enfim descobrir a mulher misteriosa que esta lhe tirando o noivo.

Armando, insistente, convence Betty que precisam conversar. Ela, nervosa e preocupada com o que podem pensar diz não ser a hora nem o lugar. Mas Armando sabe que não tem muito tempo, pois no dia seguinte terá que sair do país e insiste que Beatriz vá ao andar de cima, onde poderão conversar reservadamente.

Não demora muito para que Bertha os procure a mando de Marcela. Armando ordena que a secretária volte e que diga que não os viu. Bertha faz isso, mesmo vendo os pombinhos saírem juntinhos pé por pé por detrás de Marcela e Patrícia.

Já no carro o celular toca: é Marcela insistente querendo saber onde Armando está. Cínico ele responde que está saindo do museu, e finge surpresa ao saber que ela está lá. Diante das desconfianças da noiva, Armando se altera ao telefone e diz que teve que sair para resolver algumas coisas com Beatriz, mas que depois irá direto para seu apartamento e discutem, pelo fato de sua noiva não acreditar na história, deixando Betty ainda mais apreensiva.

Beatriz se sente mal com tudo isso, principalmente pelo fato de Armando tratar Marcela tão mal e mentir tanto pra ela. O celular toca novamente, Betty não quer estar ali. Armando diz que é o amigo Mário, e atende o telefone.

Sem que Betty perceba, Mário dá instruções valiosas: Armando não pode marcar bobeira em lugares públicos com Beatriz, pois Marcela o procurará por todos os lados! É preciso levá-la a um lugar discreto e reservado, e oferece seu apartamento para isso. Mário lembra o amigo que ele precisa convencer Beatriz de que ela é a mulher mais importante!!! Mais do que qualquer outra, e que para isso, ele precisa jogar com tudo.

Betty percebe que Armando não está tomando o caminho de sua casa e o questiona. Armando para o carro e pergunta a Beatriz se ela deseja que ele lhe leve para casa e escuta de sua boca que isso é o melhor, pois ela não suporta mais toda essa situação e aconselha Armando a se aproximar e se reconciliar com Marcela durante a viagem. Armando se mostra decepcionado e diz que tudo o que fez, tirando-a do museu para tê-la ao seu lado, para passar ao lado dela os últimos momentos antes da viagem foi em vão. Betty pede desculpas e diz que também deseja ficar com ele. Armando diz que não podem ir à qualquer lugar e que irão ao apartamento de Calderón.

Beatriz fica assustada com a possibilidade de Mário vir a saber de tudo, mas Armando garante que não saberá, pois é comum o amigo lhe emprestar o apartamento...



Agora a cena Top 10 - Terceiro lugar, de fato:

Betty e Armando chegam na garagem do prédio. Ela ainda assustada repara tudo à sua volta. Por sua cabeça deve passar inevitavelmente a pergunta: “Quantas mulheres ele já não trouxe aqui?”.

Chegando à recepção, tal não é sua surpresa ao se deparar com um porteiro abusado e indiscreto que vai logo mostrando as chaves do apartamento, dando a entender que isso é comum entre os amigos o que deixa Armando embaraçado. Como se isso por si só não bastasse, pergunta se irão demorar... Pois se forem demorar, ele pode arrumar uma vaga pra seu carro, como sempre faz...

Armando, totalmente sem graça, desconversa e se apressa em sair dali. Diz que não vão demorar... Betty fica estática, sem reação, e Armando precisa guiá-la até o elevador, enquanto o porteiro ri sarcasticamente...

Já no apartamento Betty observa tudo ao redor e quer saber a que horas seu Mário chega... Armando responde que ele não volta pra casa naquela noite. Betty, confirmando suas suspeitas, comenta que possivelmente eles devem ter um acordo baseada no que ouviu do porteiro. Armando, sem jeito lhe oferece uma bebida. Como não tem suco de amora, Armando lhe serve um suco de tangerina. Pergunta se ela deseja misturar com um pouco de Vodca, mas Betty, agradecendo, diz que não.

Preocupada, Beatriz liga em sua casa, e com muita dificuldade consegue convencer seu Hermes de que está trabalhando e que irá demorar um pouco, mas que Armando a levará para casa...

Após falar com o pai, Beatriz tenta justificar a Armando a mentira contada, já que o pai é uma pessoa que a protege demasiadamente. Armando diz compreender, e que não há o que explicar.

Beatriz, com um humor triste tenta explicar que não vê motivo de tanta proteção paterna, já que ela não corre os riscos que seu pai tanto teme, por não ser nenhuma supermodelo. Armando, meio sem graça, diz que ela é muito especial. Betty diz que somente ele a vê dessa forma. Armando não sabe como agir, fica confuso, mas diz que suas qualidades precisam ser descobertas...

Betty então começa seu desabafo – reconhece que não serve pra Armando e que por suas qualidades será facilmente reconhecida por Mario quando o porteiro lhe passar as características da mulher que esteve ali com Armando...

Armando garante que isso não acontecerá. Beatriz questiona quantas mulheres ele já levou ao apartamento... Armando desconversa, mas Betty afirma saber que ela é a única feia que já esteve ali, e que não possui as qualidades necessárias para ele, e que esse romance não irá para lugar algum, já que seria um verdadeiro escândalo se outras pessoas tomassem conhecimento dele.

Betty diz verdades que machucam como espinho o coração de Armando e ele pede para que ela pare... ela quer ir embora – ele não deixa... a toma em seus braços e confessa sim, já ter levado outras mulheres ao apartamento, mas nenhuma como ela, e apesar das recomendações de Mário, da necessidade de convencê-la disso, tais palavras brotam do mais profundo de seu coração.

Armando a abraça ternamente. Betty se angustia, tem medo do futuro... tem medo de sofrer... Armando diz olhando nos seus olhos que não há o que temer. Betty confessa “Eu te amo” e Armando, abrindo seu coração, diz emocionado que também a ama... um clima mágico se instala no local – no mundo todo só existem os dois, mais ninguém! Se beijam ardorosamente!

A necessidade de se entregar à paixão é tão grande, que os dois se entregam ali mesmo, um ao outro, num sofá, sem sequer apagar as luzes! Afinal, está tudo muito claro para Armando que ele a ama de verdade! Não há mais necessidade de embelezadores ou de inspirações...

COMENTÁRIOS:
Carmemdf
Elaine

ARTE: Carmemdf

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VÍDEO DESTA CENA:

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A ausência de um pai

Raphael, o marido vivo da "viúva" Inezita!, que reaparece quando esta se enferma. Estaria por perto já havia bastante tempo, observando-a às vezes, mas nuca tivera coragem de procurá-la... até aquele momento!


❝(...)

— Quem são estas crianças?

— São minhas netas. E... também são suas, é claro! As da direita são as do Jorge: Sônia e Olga. E as da esquerda são as da Juliana: A Maria Inês e a Daniela.

— E onde estão o Jorge e Juliana?

— Faz muito tempo que se foram. Jorge está em Moscou. Foi para estudar e lá criou raízes se casou e formou família. A Juliana está em Vancouver. Fez o mesmo... de vez em quando eles me ligam.


— Ah... teria gostado de conhecer as crianças e... dar um abraço nos meninos mas... JÁ É TARDE!...❞ (BAF 121)

(...)

O que dizer daquele pai que simplesmente vai embora? Sem motivos, sem aviso, como fez Raphael Moneo, o marido da Inezita, o qual deixou no coração dos filhos um vazio e a eterna pergunta: “Será que ele foi embora por minha causa?”, “Terá sido algo que eu fiz ou falei?”... perguntas insistentes que persistiram por anos, sem respostas...

❝(...)


— Isto parece uma fotografia... A ideia que levei na mente da última vez que vi está intacta, como se ninguém a tivesse tocado! Mas o que ainda não entendo é... O que faz essa boneca aqui?


— Você a deu à Juliana quando ela fez nove anos...


— Sim eu sei. Hã... O que não entendo é... Que idade a Juliana tinha quando saiu?


— 22 anos!


— Ah! Já não era mais uma menina! Mas este quarto... Este quarto é da menina que eu deixei aqui! Até parece que ela não cresceu...


— Sim, ela cresceu, mas conservou intacto esse quarto desde o dia em que você se foi e até o dia que ela se foi! Ela quis conservá-lo intacto, porque Juliana já era uma mulher feita, mas aqui, ela continuava sendo a menina que você deixou, e não permitia que eu tocasse em nada! Porque ela dizia que aqui havia muitas recordações do seu pai! Conservou tudo até o último dia! Porque até o último dia ela sonhou em ver você aparecer entrando por aquela porta e me pediu pra não tocar em nada! Nem na boneca que você deu a ela quando ela fez nove anos e nem no porta-joias que você trouxe quando viajou para Cali! E não permitiu que eu desse o seu vestido de primeira comunhão, porque ela dizia que você a tinha levado pela mão para comprá-lo juntos! E nem nos contos de fadas que vocês dois liam a noite!...


— Chega!


— E nem nos discos com as musicas que ela dançava aos sábados e que você a ensinou a cantar!...


— Chega! Chega!


— E nem no escapulário que você colocou no pescoço dela para que a protegesse, E QUE NÃO CONSEGUIU PROTEGÊ-LA DO SEU ESQUECIMENTO E DO SEU ABANDONO!❞ (BAF 127)

(...)

Quanta mágoa!... Quanta tristeza!... Quantas perguntas que jamais serão respondidas... Talvez esse pai já tenha se arrependido muito antes, e por medo, insegurança ou vergonha jamais tenha voltado... mas diante da proximidade do inevitável, que é o abraço da morte que um dia singirá a todos, ele sente a necessidade de reconhecer seus erros e receber o perdão...

❝(...)


— Necessito que me escute!


— Passei vinte anos me perguntando o porquê! Passei vinte anos, juntando as pontas, pensando, meditando... procurando uma explicação e a única que eu encontrei foi a que você nos abandonou por uma mulher! Porque foi por uma mulher, não foi?❞ (BAF 128)

(...)

Mas a verdade, seja qual for, é dura demais para ser ouvida...

❝(...)


— É tarde demais Raphael! Já é muito tarde e também doloroso! Não, não é justo! Não é justo que você queira reviver em mim dores que já havia sepultado! EU MERECEÇO MORRER EM PAZ! Que Deus tenha piedade de você Raphael!❞ (BAF 128)

(...)

O arrependimento, neste caso, veio tarde demais, quando os filhos já estavam crescidos, tinham sua própria vida e trataram de tentar curar esta ferida no coração e deixar de lado as ilusões da infância, de que o pai algum dia voltaria... Será que esse pai ainda merece o perdão??? Mas como perdoar algo que ainda dói tanto???

❝(...)


— Se não me ouvir não me dará a oportunidade de pedir perdão a Deus porque eu não o verei! Vou diretamente para o inferno! Mas não me importa ir para o inferno, se tiver o seu perdão!
— Eu não vou escutar as suas justificativas! Eu não fiz nada pra que você fosse embora! Eu não quero te ver mais! Sai daqui! Eu não quero mais te ver!!!❞ (BAF 128)

(...)

Há mágoas e feridas que somente o Espírito Santo de Deus pode tratar... e essa é uma delas! Inês teve que ser forte e pedir forças do alto para conseguir perdoar Raphael e levar sua vida adiante, como uma mulher guerreira, que sempre foi!

❝(...)


— Por quê? Por que fez com que ele me aparecesse? Por que fez com que ele voltasse pra cá? Quando eu já tinha esquecido... Quando eu já tinha aceitado a ideia da sua ausência sem adeus e sem regresso... Por que fez ele voltar? Por que não o deixou onde ele estava? Por que ele tinha que voltar quando minha vida já estava resolvida? Por que o fez voltar se ele pra mim é um morto sem túmulo?❞ (BAF 120)

(CONTINUA DURANTE TODA A SEMANA, ATÉ DOMINGO, DIA DOS PAIS!)


TEXTO: Carmemdf e Elaine Cristina
ARTE: Adriana Fiuza



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Um pai chamado Roberto


Parte 1/7

❝ (...)

— Eu quero te pedir Armando, que não volte a me dirigir a palavra NUNCA MAIS! 

Em menos de um ano você acabou com trinta anos de trabalho!

Em menos de um ano você acabou com a coisa mais preciosa que tínhamos: a amizade entre as famílias Valência e Mendonza! 

Em menos de um ano você conseguiu demonstrar que não passa de um estúpido e que jamais você vai amadurecer! 

Em menos de um ano acabou... com a belíssima relação que tinha com a Marcela! 

Não sei... o que terá feito com aquela menina ainda que... não seja difícil de imaginar! E isso... isso também eu não o perdoo, Armando!

Como tampouco te perdoo o horror de ter que dispensar os convidados dessa noite e avisá-los que não haverá mais casamento!❞ (BAF 137)


(...)

Maneira triste de se começar uma homenagem, mas vamos falar de pais atenciosos ao extremo e outros nem tanto... que tal começarmos pelo autor dessas palavras tão duras aos ouvidos e coração do nosso querido Armando Mendonza?

Talvez seja prudente analisar também o sentimento desse pai que depositou todas as suas expectativas e sonhos, acreditando no sucesso do filho, mas que num sobressalto, se viu totalmente “traído”, “humilhado”, sem chão... e mesmo ferido, mesmo com duras palavras, ainda tenta fazê-lo enxergar o caminho para o amadurecimento...

Sim, para qualquer filho é muito forte ouvir que “jamais será perdoado” ou “nunca mais me dirija a palavra”, mas... quem terá errado primeiro? Se é que existem certos e errados nessa história...

VAMOS AOS FATOS:

Sabemos que Daniel Valência e suas irmãs, ainda crianças, foram morar na casa dos Mendonza por conta da orfandade precoce que os abateu, e que seu Roberto, para suprir a falta, a carência, a saudade, pode ter por dado demais pra um do que pra outro, dando início ali a uma disputa por atenção que pôde levar seu filho à medidas extremas na tentativa de provar pra esse pai que ele é capaz de chegar muito longe. O outro, por ciúme, inveja ou cobiça, torce pelo fracasso e faz o que estiver ao seu alcance para que isso aconteça.

Tentando ser imparcial, o pai propõe um desafio aos dois, e mesmo achando mais justa a proposta de Daniel, apoia o vencedor, cabendo agora a ele separar as coisas e olhar para seu filho de sangue com mais ternura e o apoiar... mas diante de tamanha decepção, talvez em sua mente de empresário, a melhor maneira de apoiá-lo é sendo duro para que ele enfim cresça e amadureça.

Quem sabe esse pai não tenha se perguntando onde foi que falhou na educação dada ao filho? Quem sabe na ânsia de suprir todas as suas necessidades materiais dando educação, saúde, qualidade de vida o emocional tenha ficado em segundo plano... não que eu queira defender o Armando, pois ele errou feio, mas como se sente um filho ao ver que seu pai espera tanto dele e ainda há um outro disputando a mesma atenção e posição?

Seu Roberto trabalhou, conquistou status, posição social, respeito, bens, mas... será que ele esteve presente quando Armando mais precisou de apoio? Na maioria das vezes ele se mostra acessível às conversas, pergunta sempre se está tudo bem e mesmo sabendo o tamanho da responsabilidade e temer que o filho sozinho não dê conta, procura não se impor... e mesmo de longe torce e acredita em seu sucesso.

Quem sabe a dor que Roberto sentiu naquela reunião não se resuma numa quebra de expectativas? Sim, quem sabe ele não depositou em Armando responsabilidades e sonhos em demasia, mas não parou durante todo o tempo pra se colocar em seu lugar, se aproximar mais dele, conhecer seus próprios interesses e sonhos...

DISTÂNCIA... é isso vemos no dia a dia de pai e filho... é bem verdade que em alguns momentos ele procurou o diálogo e a “amizade” de Armando, que pelos motivos que bem conhecemos, sempre manteve uma distância segura... e pelo pouco que pudemos perceber, parece que era dona Margarida quem sempre tratava de acobertar, desde cedo, suas traquinagens e travessuras, e mesmo depois, quando ele já era um adulto, sucessor do pai na presidência, ela ainda procurava “poupar” o companheiro de qualquer preocupação ou “aborrecimento” nesse sentido...

Isso retrata muito bem algumas famílias nos dias de hoje, onde os pais dividem responsabilidades ao meio: um cuida da formação moral, social... outro em prover financeiramente a família, dando pouco de si no que se refere ao afeto. Seria ideal se os pais, mesmo tão ocupados pudessem se colocar no lugar de seus filhos um dia e se perguntarem: “O que meu filho espera de mim?”, “O que posso fazer para ter um tempo de qualidade com ele?”.

Pelo excesso de trabalho, responsabilidades, e tantas outras coisas, seu Roberto, talvez não soube demonstrar com clareza seu amor e nem passar ao filho a confiança necessária para que ele seguisse adiante mas que soubesse que em qualquer tropeço, poderia contar com sua mão sempre amiga...






(CONTINUA DURANTE TODA A SEMANA,
ATÉ DOMINGO, DIA DOS PAIS!)


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Então, obrigada!,


Por mais essa emoção proporcionada
por esse texto tão lindo!!!


TEXTO: Carmemdf e Elaine Cristina 

ARTE: Eliza Silvino